[Junta palavras com uma mestria única e põe-nas a dançar com uma harmonia impressionante.
Não há nenhum compositor-intérprete português maior que o Sérgio Godinho.
Digam o que disserem, não há.]

[Vó, esta é para ti.]

Há pessoas que nos ficam para sempre.
Encostadas a nós desde que nos sabemos por gente, não pode ser de outro modo.
É assim contigo.
Lembrar-me de quem sou, implica não me esquecer de ti.
E eu não me esqueço.
Nunca.
Hoje, muito menos.
Falam-me alto todas as saudades de ti.
Todas, Vó.
Do silêncio da tua simples presença, à tua voz sempre inconfundível.
["É o meu neto preferido" ainda me faz eco, cá dentro.]
Da tua mão a apertar-me as duas bochechas, num aperto que vinha com todo o carinho e mais algum.
Dos doces que tu sabias como mais ninguém, sempre feitos a olho mais certeiro que qualquer balança.
Das nossas incontáveis tardes a jogar às cartas, e eu a fazer batota à descarada só para te fazer rir.
Da impressionante certeza da tua Fé, a mesma que também me fez faz acreditar.

Chateia-me a sério que a morte não tenha deixado espaço para a despedida.
Mas não faz mal.
Um destes dias, dou aí um saltinho.
Se o Boss deixar, levo o baralho.
Tu tratas do papel e da caneta. Eu trato da batota.
Tudo como sempre, Vó.

[O 25 de Novembro será sempre o teu dia, Vó. Parabéns.]

Era um puto quando fiz o meu primeiro curso de Fotografia.
Um puto mas já sabia uma ou duas coisas da vida.
De Fotografia, três ou quatro.
Num curso básico, isso são logo dois passos à frente.
[Quatro, se se calçar o 40.]
Mas já nessa altura, era amigo da ideia que nunca se sabe tudo e há sempre espaço para mais qualquer coisa.
Confirmei-o na primeira aula de laboratório.
"Revelação de película e provas em papel".
No processo de lavagem, dois colegas partilhavam a febre do "Jurassic Park".
E pegavam nas fotografias com a gentileza de um T-Rex.
Não é que fosse sair dali o próximo Pulitzer mas aquilo estava a mexer-me com os nervos.
Também mexeu com os do professor:
-É pá! As fotografias têm de ser tratadas como as mulheres!
Dito com ênfase em cada sílaba.
Chamem-me mariquinhas, mas nunca vi tanta poesia num puxão de orelhas.
Foi daqueles momentos que mereciam uma moldura.

Foi nesse curso que comecei a aprender a olhar para uma Fotografia.
Primeiro na ponta dos dedos.
Depois na palma de uma mão.
E de duas, se fosse preciso.

Vem isto a propósito da vista de olhos que dou pelo Público.
Uma dupla página sobre violência doméstica.
23.427 queixas, leio.
Por momentos interrogo-me se o José Manuel Fernandes não andará a dar notícias do século passado.
Parece que não.
Parece é que há coisas que eu nunca vou conseguir perceber.
Nem mesmo explicadas com uma Fotografia.



[Dia internacional para a eliminação da violência contra as Mulheres]



Via jugular

Não sei se aí desse lado alguma vez tiveram a oportunidade de folhear uma LIFE.
Eu confesso que não.
Imagino que seria uma TV Guia mas com coisas interessantes.
Acho que não devo errar por muito.
Ora parece que lá pelas catacumbas da falecida LIFE, ficaram qualquer coisa como 10 milhões de fotografias.
A maior parte das quais nunca conheceu a porta da gráfica.
Estamos a falar de coisas da Maggie, do Gordy, do Alfie, do Bob, entre outros.
Tudo deixado às teias de aranha.
Há pouco tempo, alguém com dois dedos de testa achou que seria bem melhor deixar tudo numa teia maior.
Uma com três Ws.
Vai daí, uns canecos e umas tacadas com os rapazes do Google e tudo acertado.

Ainda vai demorar uns meses que 10000000 de negativos, diapositivos e placas de vidro não se digitalizam num clique.
Mas já se pode espreitar algumas coisas aqui.

O pessoal que gosta de brincar com luz, agradece o 25 antecipado.

O Senhor da fotografia apertou-me a mão.
E agradeceu-me, por fazer o meu trabalho.

[Das coisas mais fantásticas que me aconteceram nos últimos tempos.]

The story of Barack Obama winning, not because we waited for it, made it less surprising. I would like to imagine the people responsible of deciding the format and text to announce this spectacular news story; the important moments which they lived on the night of this past November 4th in the newsrooms of their respective newspapers.

We were talking about how to publish this story that has made history, in which manner to make this announcement; that allows us to see the light at the end of the turbulent tunnel in which bad decisions and a few greedy people have put us in, should be made.

Barack Obama is change, he is the hope of millions, it's the announcement that things will change.

At this moment we would like to congratulate all who, with their talent and art have communicated this good news and have participated in this mosaic that we present in ArtDaily, in which 300 versions of the same theme appear: the arrival of a new day, the arrival of Barack Obama to the White House.

There are 300 newspaper front pages from around the world that we have gathered here so that our visitors can see the beauty in the formats. What talent of those who with only one word, with just the name or a simple phrase, shape their respective newspapers with this story that occupied the front page of many dailies throughout the world.

Congratulations to all!

Ignacio Villarreal

Para quem decidiu ler o inglês numa linha vertical [sim, sim, não me enganem!], o que o Ignacio diz ali em cima, basicamente e tirando a parte excessivamente optimista da vitória do Obama, é que sendo um acontecimento histórico, é extremamente importante a forma escolhida para o noticiar.
O que o ArtDaily fez, foi compilar 300 primeiras páginas de jornais dos Estados Unidos e de vários países do mundo, no dia seguinte à eleição, para demonstrar as diferentes opções de manchete em relação a uma mesma notícia.

Já se passaram 2 semanas mas eu achei bastante interessante e decidi que valia a pena partilhar.






via Arrastão

Pouso os 8 quilos em cima da mesa e olho para a agenda de serviços.
Ao lado das minhas iniciais, "Filomena A.".
Viro-me para o S..
- Quem é a Filomena A.?
- A Filomena A. é a melhor profissional deste jornal.
Engulo em seco.
De seguida faço o óbvio.
Ponho a barriga para dentro e o peito para fora.
E mentalmente começo a ensaiar a continência.
Alguns minutos depois aparece um "Bom dia!".
Mas não um "Bom dia!" qualquer.
Um "Bom dia!" de quem alimenta as cordas vocais a potes de mel.
E logo atrás, um sorriso gigante.
Não me perguntem como, mas tudo misturado na dose certa.*
Foi assim há quase cinco anos.
Cinco anos.
Mas chamo pela memória e ela vem a correr.
E num instante, desbobina as principais cenas com uma protagonista chamada Filomena A.
E recordo de como "Filomena" diminuiu para "Filó", em meia dúzia de flashes.
E dos múltiplos serviços em conjunto, sempre com sorrisos fáceis.
Também de sorrisos difíceis que a vida não é nenhuma pêra doce.
Do medo de levantar voo e da minha mão na dela, na Portela e em Orly.
E de quando conheci a princesa Inês e todas as paredes do palácio encantado.
Das centenas milhares de SMS's trocadas por tudo e por nada.
E todos os outros passos que levaram a uma amizade, sempre escrita em caixa alta.

Hoje, passados quase cinco anos, as promessas de amigos para sempre são cumpridas sempre que nos vemos.
Sempre.
Seja em apenas dois beijos.
Seja num abraço apertado que desafia a lei da gravidade.
Seja no pretexto de ter de ingerir cafeína, para em cima de um cappuccino ou de um simples café, trocar confidências com a tranquilidade com que outros trocam trivialidades.
E no regresso [percebo agora], uma mão enfiada no bolso e outra naquele ombro direito.
Num gesto que tem tanto de espontâneo como de inconsciente.

Consequência - de certeza - do privilégio de poder ter, aqui no meu lado esquerdo, a verdadeira Special one.



*É receita de família que a Inês é tal e qual a mãe.

A Inês, uma das bloggers que eu mais gosto de ler, decidiu nomear-me para o desafio da moda que anda por aí a desfilar de blogue em blogue.
O que a Inês não sabe é que eu, dos "desafios" da blogosfera fujo tão depressa como o meu rabo foge de uma seringa.
Não gosto de me gabar mas o meu rabo é rápido.
Mesmo que a seringa se chame Usain Bolt, desconfio que não o apanha.

.
.
.

...era assim que me ia escapar à nomeação.
Mas eis que dou por mim a reler as perguntas e a imaginar respostas.
E a considerar que a "seringa", afinal, até tem é parecenças com a Gisele Bündchen.
Ora, chamem-me corajoso, mas se há coisa que o meu rabo nunca fará é fugir da Gisele Bündchen.
Portanto, - e antes que comece aqui a lembrar-me de outras partes da minha anatomia que gostariam de se aproximar da Gisele [as mãos, pá... as mãos...!] - vamos lá a esse desafio.

O dito consiste em:
- responder a 10 perguntas, apenas com nomes de músicas ou excertos de letras de uma banda/cantor(a).
- colocar uma foto do blogger.
- passar o mesmo desafio a outras 4 pessoas.


- Não me levem a mal, mas não vou pôr nenhuma foto neste post. Vou partir do princípio que podem deslocar os olhinhos uns graus para cima e para a direita.

- A banda escolhida é, provavelmente, a melhor banda do universo e, quiçá, do mundo: Queen!

1- És homem ou mulher?
- "Good old-fashioned lover boy"

2- Descreve-te.
- "Friends will be friends"

3- O que acham as pessoas de ti?
- "Flash"

4- Como descreves o teu último relacionamento?
- "Sweet lady"

5- Descreve o estado actual da tua relação com o teu (tua) namorado(a) ou pretendente.
- "Somebody to love"

6- Onde querias estar agora?
- "Now I'm here"

7- O que pensas a respeito do amor?
- "A kind of magic"

8- Como é a tua vida?
- "Doing all right"

9- O que pedirias se pudesses ter um só desejo?
- "I want it all"

10- Escreve uma frase sábia.
- "All God's people"


[Acho que isto teria sido mais interessante com excertos de letras, como fez a Inês.
Mas isso levaria todo o tempo que eu já não tenho.]


- Decidi passar este desafio, não a 4 mas a 6 pessoas.
À Raquel, à Patrícia, à Gabriela, à Rafaela, à Graziela e à Gisele.
Todas filhas do senhor Valdir Bündchen.
É só o tempo de descobrir os links.
Ou os números dos telemóveis.
Os números dos telemóveis é que era...

Dizem que vai dar que falar.
Eu digo que vai dar que rir.



O link do blogue dele já está ali ao lado.
Fica também aqui para não cansarem o rato.

Parece que aconteceu há dias.
O sitemeter não aguentou e transbordou para os cinco dígitos.
Cinco.
Bem sei que há blogues que fazem isso em dois dias.
Mas esse é todo um outro campeonato.
Mesmo que este blogue tivesse cinco anos, dez mil cliques para mim continuaria a ser uma enormidade.
Ter dezenas de pessoas, diariamente, interessadas na forma como eu junto palavras continua a causar-me espanto.
Quase tanto como quando o Nuno Gomes acerta naqueles 7 metros e 32.
Futebóis à parte, aqui fica uma vénia à Conan O'Brien.
E um Obrigado! a acompanhá-la.

[de obras-primas do século XX]

Fotografei a Madalena.
Foram 42 disparos distribuídos por 9 minutos cheios de vontade.
E depois, 71 centímetros e 9 quilos no meu colo.
Bem junto ao peito.
Por um bocadinho apenas, é certo.
Mas um bocadinho que valeu por tudo e meio.
E ainda tenho o descaramento de estar à espera de 2 beijinhos.
Devia era ter vergonha e abdicar disso.
Devia, mas as minhas bochechas não vão na conversa...

Madalena, as bochechas do tio são umas espertalhonas, é o que elas são.
Mas não lhes podes levar a mal, né?


*Lina, só hoje é que consegui fazer a minha blogo-ronda. (:

Confesso que a queria conhecer há já algum tempo.
Li muito sobre ela.
E ouvia dizer que era muito gira.
E muito querida, e mais isto e vezes aquilo.
E uma pessoa fica curiosa.
Parece-me normal.
São coisas que acordam o interesse em qualquer um.
Na semana passada, sem que estivesse à espera, aconteceu.
Entrei na redacção e ali estava ela. No centro das atenções.
Quando passei, olhei e ela também olhou.
E sorriu.
Dos 17 músculos que se usam, contei 18.
Depois começou a piscar-me os olhos.
Não um, mas os dois e ao mesmo tempo.
Se isso não é um sinal que ela gostou de mim, não sei o que será.
É verdade que não me disse nada mas tendo em conta que só tem alguns meses de idade, não lhe levei a mal.
Finalmente, conheci a Madalena.
Adorei-a e quis logo fotografá-la.
[Mas, onde é que num jornal, à hora de ponta, se fotografa uma bebé de nove meses?]
No gabinete do director parecia-me bem.
Em cima da mesa, a brincar com o portátil, era um espectáculo.
Mas estava a chover e era mau dia para ir para a rua.
Fomos para o piso do JN.
E a Madalena provou que é filha de peixe[s].
A miúda é uma comunicadora nata.
Ora vejam:













Perceberam?
Está a dizer que eu sou muito giro e que me adora.
Em código, pá.
Há «O código Da Vinci».
E há «O código Da Madalena».
Ainda não editado, é certo.
Mas quando for, o Dan Brown que se cuide.
Cheira-me que esta miúda é bem capaz de lhe dar um bigode.

[Quem quiser seguir as outras pistas d'«O Código da Madalena» é só clicar aqui.]

[em repeat mode]

Mais uma colega que descobriu este blogue.
Contas por baixo, já são mais de uma dúzia.
A maior parte não escreve nos comentários mas faz[-me] comentários.
E cá para mim, é tudo combinado porque dizem todos o mesmo.
Que escrevo bem e que tenho uma sensibilidade que não sabiam.
Ora se sobre a parte de escrever bem até percebo, que de vez em quando toda a gente diz uma mentirinha ou outra, sobre a parte da sensibilidade já é coisa para me deixar preocupado.
"Ah e tal, o Sávio é sensível."
Só de imaginar isso dito em voz alta fico com calafrios. E olhem que não há janelas abertas.
Anos e anos a construir uma reputação e depois comete-se o deslize de criar um blogue. Mais valia ter-lhe chamado Titanic.
Se tenho o azar de isto se espalhar pelo meio, estou tramado.
Quem já «fez» casa pia, orçamentos de estado ou noites eleitorais sabe do que falo.
São confusões que não são para meninos.
Não pensem que o pessoal se junta ali para partilhar amor e carinho.
Entre seguranças, polícias, cameramen e fotógrafos há muita fruta a ser distribuída.
Desde pisadelas inocentes a cotoveladas intencionais, há de tudo um pouco.
Já estive em combates de kickboxing mais cordiais.
E fotografar eventos onde aparece a Luciana Abreu não é menos duro.
No Biography Channel iam-me vazando um olho.
Portanto, se me quiserem ajudar, é espalhar por aí que sou é mau com'às cobras e insensível até dizer chega.
Para compôr a coisa, estão à-vontade para inventar algo de obscuro a meu respeito.
[Eu andar quase sempre de preto deve ajudar qualquer coisinha.]
Vá lá, façam isso que é um pedido do fundo do coração.

P.S.: O título foi só para condimentar o post. Não há cá poucas vergonhas, pá. Onde se lê "Sexo" dever-se-á ler "Blogue".

Parece que este blogue esta espécie de blogue vai voltar a funcionar.
Parece.