Encostadas a nós desde que nos sabemos por gente, não pode ser de outro modo.
É assim contigo.
Lembrar-me de quem sou, implica não me esquecer de ti.
E eu não me esqueço.
Nunca.
Hoje, muito menos.
Falam-me alto todas as saudades de ti.
Todas, Vó.
Do silêncio da tua simples presença, à tua voz sempre inconfundível.
["É o meu neto preferido" ainda me faz eco, cá dentro.]
Da tua mão a apertar-me as duas bochechas, num aperto que vinha com todo o carinho e mais algum.
Dos doces que tu sabias como mais ninguém, sempre feitos a olho mais certeiro que qualquer balança.
Das nossas incontáveis tardes a jogar às cartas, e eu a fazer batota à descarada só para te fazer rir.
Da impressionante certeza da tua Fé, a mesma que também me
Chateia-me a sério que a morte não tenha deixado espaço para a despedida.
Mas não faz mal.
Um destes dias, dou aí um saltinho.
Se o Boss deixar, levo o baralho.
Tu tratas do papel e da caneta. Eu trato da batota.
Tudo como sempre, Vó.
[O 25 de Novembro será sempre o teu dia, Vó. Parabéns.]