Lembro-me de, no ano passado, ter acontecido o mesmo com "O Independente". E de há 2 anos, com "A Capital". Agora, foi o "Tal&Qual".
Ao meu lado, o Pratas dizia à RTP, que "ver fechar um jornal é sempre triste. Ver fechar o nosso é mais ainda". E é mesmo.
Eu nunca fiz parte do "Tal&Qual". Ía fazendo. Nestes últimos meses, com muito gosto. O Emídio "pegou" no jornal. Mudou-lhe a linha editorial, para além de outras. Veio carregado de ideias e com a vontade a transbordar. Lembro-me dele - da atitude - ao falar comigo sobre as foto-reportagens que queria que fossem uma constante. E foram. Lembro-me da surpresa - da minha, mesmo - por o saber tão consciente da importância da Fotografia num jornal. Talvez por isso, o aperto cá dentro quando soube. Também por isso. Porque lembro-me é de ter pensado logo na Catarina, na São, no André, na Tânia. Em todos. Porque os jornais também são as pessoas. E estas, eu conheço. Estão já ali, a dois passos. A menos que isso. Estão à distância de um olhar para a direita.
É curioso dar-me agora conta, que metade das pessoas daquela redacção, conheci-as apenas há poucos meses. Não foi preciso muito, para gostar delas. Um serviço bastou. Em alguns casos, muito menos do que isso. Também porque as lia e achei-as muito capazes. E mais, para além disso.
Hoje, está nas bancas o último "Tal&Qual". No editorial do Emídio, sente-se a tristeza de quem vê interrompido um projecto em que acredita. A mesma tristeza que lhe ouvi de manhã. A que vai da incompreensão até ao conformismo, sem fazer nenhuma paragem pelo meio. Porque "quem tem o dinheiro é que manda...". E a ordem foi para fechar.
Fui-me despedir da Catarina, naquela que espero que não tenha sido, de facto, uma despedida. Gosto dela, especialmente. É das melhores profissionais com quem já trabalhei (e eu já trabalhei com dezenas que devem roçar a centena). Gosto dela para lá disso. Nunca lhe disse mas acho que ela sabe.
A Catarina não vê o fim do "Tal&Qual" como um fechar de portas. Vê-o antes como um abrir de novas oportunidades. É das pessoas que está há mais tempo no jornal e não lhe sinto qualquer nostalgia. Ouço-lhe a mesma energia de antes. Vejo-lhe o mesmo optimismo de sempre.
Ainda que com um pequeno aperto cá dentro, eu acredito no que acredita a Catarina. Que este fim trará - de certeza, com toda a certeza - uma série de oportunidades. Para ela, para o Emídio, para a São, para o André, para a Tânia, para o André B., para a Isabel, para a Mayra, para a Célia.
Boa sorte!
Posted by Sávio Fernandes @ 18:17 ¤