Primeiro a crueza dos números. O PS ganhou as eleições. No sentido em que quem fica em primeiro é quem ganha e é quem é chamado para governar. Mas apenas isso. Porque, no que toca à evolução do voto, ele é, na realidade, o maior derrotado. Perdeu cerca de meio milhão de votos para todos os partidos. Deixou de ser o partido mais votado em vários distritos. Perdeu 8,5%. Perdeu 24 deputados. Perdeu, perdeu, perdeu. Poderá festejar, com legitimidade, já que foi o partido mais votado. Mas chamar a isto uma vitória extraordinária é que é uma coisa extraordinária. Basta dizer isto: José Sócrates teve um resultado [...]
Não sou de me apegar a objectos mas confesso que tenho um carinho especial pelo meu Motorola. São quase 3 anos de convivência diária. É mais do que posso dizer de qualquer relação amorosa que já tive. Para além disso, é um aparelho xpto com mil e uma funcionalidades. Volta-não-volta descubro mais uma. Hoje foi a vez do ilusionismo. São mais de 250 contactos telefónicos que foram parar só Deus sabe onde. Desconfio que nem o Luís de Matos para bater isto. Encontro-me assim na bonita situação de ter de falar com alguém e ligar para uma terceira ou quarta pessoa que não tem nada a ver com o baile. Chega a ser engraçado. De uma certa perspectiva estou a promover o intercâmbio que tanto gosto. Há ainda o outro lado da questão que é ligarem para mim e onde antes aparecia um nome, tenho agora uma catrefada de números. Tirando umas 7 ou 8 pessoas não faço puto de ideia quem lá vem. Acho que é uma oportunidade de pôr em prática a Maya que há em mim. Quem sabe, é todo um novo talento que descubro.
Ó puto, mas afinal quem é que é o fotojornalista aqui, pá?!
[Tive pena de não ter tido tempo de ir ter com este pirralho que apareceu do meio do nada e começou a fotografar como gente grande. Pode ser só estilo mas sou capaz de apostar que o puto até tem ali fotos em condições.]
Tenho um nome italiano. A naturalidade moçambicana. A nacionalidade portuguesa. A ascendência goesa. E antepassados indianos.
Palpita-me que se for atrás da minha árvore genealógica, não me fico por aqui.
[Antes que perguntem, não sei nada sobre o Caminho das Índias. Estou a assistir hoje pela primeira vez e vejo que o Tony Ramos tem mesmo uma grande pinta...]
1- A dona das pernas que aparecem ali em baixo não é minha namorada. É uma figura pública e foi numa situação profissional. [É um daqueles post que só faz sentido se se acompanha o blogue ou se se lê os posts anteriores. Mea culpa.]
2- A fotografia está cortada porque, por uma questão de princípio, acho que só devo publicar imagens de trabalho aqui, depois do trabalho que lhe deu origem fazer a viagem até à gráfica. [Ainda não aconteceu.]
É uma aplicaçãozinha catita, sim senhor. Não é preciso downloads nem registos. É entrar e usar. Para além dos vários efeitos que se pode dar às imagens, também há opções como molduras, introdução de texto, objectos gráficos pré-definidos e outros.* Dá para pegar nas fotos e fazer umas brincadeiras engraçadas. Tudo de forma simples e prática, como se quer. É clicar na imagem e experimentar.
*Está tudo num menu chamado Goodies que pode passar despercebido no lado inferior esquerdo.
Sabe-o bem quem me conhece pessoalmente. E acho que se torna evidente depois de 2 ou 3 vezes com os pés cá dentro. Não se querem cá apenas opiniões concordantes. Valorizo muito mais a voz discordante que se levanta do que a que se cala. Parece-me óbvio mas aqui fica para que não reste qualquer dúvida. Estão à-vontade para dizer que são a favor das touradas. Com a mesma liberdade de, ali mais abaixo, dizerem que são contra o casamento de pessoas do mesmo sexo. Ou ainda que não acreditam em Deus. Ou que são a favor da IVG*. E amigos como antes. A defesa das nossas ideias com o princípio do respeito pelas ideias dos outros. Sempre. Nem poderia ser de outra forma.
[*Já disse que - de uma maneira geral - sou contra a IVG? Sou.]
Sou suspeito para falar mas não sou uma besta mal-educada
Revolvi ir dar uma vista de olhos pelos arquivos. Só naquela de não haver pessoas a saberem mais da minha vida do que eu. É nisto que descubro que houve mais 1 pessoa a ler este tasco desde o início. Mais precisamente no dia 25 de Dezembro de 2008. E eu, até agora, nem um obrigadinho, pá!, nem nada. 8 meses e 13 dias. Devo ter passado por uma besta mal-educada. No mínimo. Não a posso censurar. Em minha defesa só posso dizer que não recebo notificações dos comentários. Quer isto dizer que se comentam nos posts mais recentes, tudo muito bem. Se vão comentar num post que fiz há 1 semana ou mais, chapéu. Isto porque a ideia de instalar o Haloscan não terá sido das mais brilhantes que já tive. Para além de não ir à bola com o Gmail, volta e meia também anda à cabeçada com o Blogger. Já me deu vontade de arrancar cabelos. Infelizmente não tinha ninguém ao pé. É verdade que eu posso ser um bocado azelha nisto mas o gajo também deve ter o seu quê de anti-social. Adiante. O agradecimento que faltava já seguiu. Aproveito e agradeço outra vez a cada uma das 9 pessoas - NOVE! - que fizeram o favor de ler o meu blogue desde o início. E a quem leu e não disse nada, o OBRIGADO! é do mesmo tamanho. Porque pode-se dizer muita coisa de um blogue. Elogio maior que esse, de certeza, não há.
P.S.: Não há links neste post que eu não sou pessoa de andar a ostracizar ninguém.
P.S.2: Haverá alguém desse lado que me ajude a ter mão no Haloscan?
Eu sei que já postei «As Quatro Estações» algures ali para baixo. Mas tenho um bom pretexto para voltar à carga. Chama-se Ferenc Cakó. É incrível o que este Húngaro consegue fazer com um punhado de areia e uns dedos cheios de talento. Não são só os pormenores que são deliciosos, são também em alguns casos, as pequenas histórias que ganham vida. São vídeos demorados mas se puderem arranjem um bocado que vale a pena. E vendo bem, duram exactamente o tempo da genialidade d'«As Quatro Estações». É um 2 em 1 fabuloso.
Devia ter uns quatro anos quando me perguntaram isso pela primeira vez. Não soube responder. Aos quatro anos o nosso mundo é demasiado pequeno para acertar nesse Euromilhões. Falo por mim, claro. Não conhecia o Bresson, o Kertész ou o Salgado. E a máquina fotográfica da minha tia ficava com toda a certeza, à distância de umas valentes palmadas. Seria impossível dar a resposta certa. Lembro-me disso ainda a propósito do post ali de baixo. No momento de maior aflição, houve uma mulher que se aproximou da maca. Uma africana de meia-idade. Sei-o mas a verdade é que olhei-a sem a ver. Perguntou o que é que a minha mãe tinha. Eu balbuciei alguma coisa tão enrolada que nem me lembro. Não foi um desampare-me-mazé-a-loja-que-não-estou-com-paciência-para-conversas-da-treta mas era o que apetecia. Há vezes em que não consigo ser correcto com os outros. Desta vez tenho desculpa. Com uma mão apertava a mão da minha mãe. Com a outra fazia equilibrismo com o coração. Não é fácil, mesmo para quem tem habilidades circenses. Só passado algum tempo é que apercebi-me que a senhora continuava ali ao lado. A rezar. Devo ter demorado um bocado a virar-me porque quando abri os olhos, ela já lá não estava. Seguiu-se a viagem para a TAC e o OBRIGADO! não chegou até onde devia.
Este post nunca poderia deixar de ser escrito, mesmo sabendo que dificilmente chegará ao destinatário. Não sei se era paciente ou acompanhante, sei que não estava ali em turismo. É qualquer coisa de impressionante haver quem, do fundo dos seus dramas pessoais, encontre espaço para confortar perfeitos desconhecidos. Às vezes, as grandes pessoas reconhecem-se nos pequenos gestos. Há muito que tenho essa certeza. Agora não tenho nenhuma dúvida. Gestos como aquele são exemplos de uma rara grandeza de Alma e coração. Corro o risco de raiar o utópico, bem sei, mas quando for grande é assim que eu quero ser.
Às vezes apetece é pedir o livrinho amarelo à vida
Tudo a correr sobre rodas. E do nada, são 15 horas num S.U. com a minha mãe. 15 horas preenchidas com toda a angústia de quem recorre a um hospital público. Do nada, é um aperto tão forte no lado esquerdo que o coração salta para as palmas das mãos. E 15 horas é muito tempo para se ter uma taquicardia fora do peito. Os homens até podem não chorar mas deixam verter líquido dos olhos. Principalmente quando não está ninguém a ver. Já respiro de alívio e tenho os órgãos todos no lugar, e acho que é por isso que este post consegue ganhar forma. Também como desabafo. Porque há coisas que me irritam a sério. O mau-gosto da vida em não dar pré-avisos é uma delas. Acho que seria o mínimo, se se vai esticar a perna quando vamos a passar. Às vezes apetece deixar de mostrar a dentuça e pedir o livrinho amarelo à vida. E desconfio que uma só caneta não chegava.
