Tudo a correr sobre rodas.
E do nada, são 15 horas num S.U. com a minha mãe.
15 horas preenchidas com toda a angústia de quem recorre a um hospital público.
Do nada, é um aperto tão forte no lado esquerdo que o coração salta para as palmas das mãos.
E 15 horas é muito tempo para se ter uma taquicardia fora do peito.
Os homens até podem não chorar mas deixam verter líquido dos olhos.
Principalmente quando não está ninguém a ver.
Já respiro de alívio e tenho os órgãos todos no lugar, e acho que é por isso que este post consegue ganhar forma.
Também como desabafo.
Porque há coisas que me irritam a sério.
O mau-gosto da vida em não dar pré-avisos é uma delas.
Acho que seria o mínimo, se se vai esticar a perna quando vamos a passar.
Às vezes apetece deixar de mostrar a dentuça e pedir o livrinho amarelo à vida.
E desconfio que uma só caneta não chegava.