[Transcrevo a seguir parte de um e-mail que a Ana R. me enviou. De certeza que ela não se importa.]
Sabes o que fiz ainda ontem? Tive a ler todos os posts que tinhas posto no teu blog desde que fui para a lua-de-mel... hihihi é que gosto muito de ler e ver as fotos que lá colocas. Continua a escrever porque pelo menos a mim tens-me como leitora assidua do teu espaço na net :)
Depois de ler isto o que pode uma pessoa dizer?
INACREDITÁVEL! É isso que eu digo. I-NA-CRE-DI-TÁ-VEL! Ires para a lua-de-mel e deixares de ler o meu blog. Que me vais dizer a seguir? Que no dia do casamento, entre o "SIM" e o Copo d´água, não tiveste tempo de cá passar?!
...enfim!
(Adenda - No dia do jantar, não te esqueças de levar as fotografias - leva todas que depois encarregamo-nos de fazer a censura.)
1 semana depois de fazer anos, ainda andei a receber presentes. O último foi a visita da Elizabete e o livro que ela, o Paulo H. e o João me ofereceram. Acho que um livro é um dos melhores presentes que se pode oferecer. De certeza, é um dos melhores que se pode receber. Já o abri mas não para ler. Abri-o para o cheirar. Só para isso. Tenho esse hábito desde os tempos em que andava na escola. Abrir um livro novo, encostá-lo à cara e inspirar. Profundamente. E depois, exactamente com o mesmo vagar, expirar. É assim, uma espécie de ritual. Numa satisfação só, que antecede a descoberta de novos caminhos para lugares diferentes.
Um livro novo tem sempre algo de especial. Tem mais ainda, quando nos é oferecido. Obrigado.
[Não é SÓ o que interessa mas nestes últimos tempos, quando se fala de máquinas, a primeira pergunta que me salta da boca, é essa. Talvez porque a última máquina que comprei, continua a focar uns 10 planos para trás do plano escolhido. Ou porque a que comprei antes dessa, fotografava em Lisboa e tinha o foco algures no Porto. Ou porque a que comprei antes dessa... bom, a que comprei antes dessa, por acaso, até focava; e o acaso chamava-se filme. Adiante.
E voltando ao que realmente interessa: FOCA*?]
*A terminologia fotográfica é toda ela muito interessante. Entre "foca?", disparo, cortinas e outros, dava para fazer um post só sobre isso. Fica para o dia em que tiver tempo. Ou para o dia em que tiver uma Mark III - uma que foque.
Ainda estou a esforçar-me para me controlar. Não era bem sobre isto que eu estava a pensar quando escrevi que andava optimista em relação ao resto da minha vida. Não era. Mas vai ser uma bela ajuda. As coisas vão ficar realmente mais compostas. [repararam na forma verbal das 2 últimas frases? É que não sou eu que vou pôr em dúvida estes testes absolutamente científicos.]
E agora, vou buscar um rolo de papel de cozinha que tenho uma "listinha" para fazer.
Ando optimista em relação ao resto da minha vida. Extremamente optimista. Eu, que na maior parte das vezes, procuro é ser realista. Sendo esta, uma dessas vezes, poderá ser uma espécie de optimismo realista. E sabem que mais? Acho que é mesmo. Ou melhor, tenho a certeza que é mesmo. A certeza.
Gosto desta altura do dia. Esta, em que o dia há muito que acabou. Esta, em que a noite está a meio caminho, do caminho que eu já sei. Gosto desta troca de lugar, entre a agitação do antes e a tranquilidade do depois. Do stresse das coisas que são para ontem, pela calma das coisas de agora mesmo. Gosto deste tempo, que é só meu. De estar sozinho, mas apenas por não estar acompanhado. De estar só, apenas comigo mesmo. Gosto deste espaço de silêncio, ainda que a espaços. Do quase silêncio, lá fora. Do total silêncio, cá dentro. E cá dentro, também.
Gosto do silêncio, muito. Mas gosto mais ainda de o poder calar. Com as notas certas. E de as saber tão certas.
Bach - Concerto piano in F minor, second movement [Para ouvir em silêncio. Absoluto.]
Exposição de escultura portuguesa contemporânea, nos jardins do Palácio de Belém. Hoje, 5 de Outubro, das 10 às 18:30. E durante todos os fins-de-semana, até 25 de Novembro.