Adoro café.
Não tenho qualquer problema em assumir-me cafeino-dependente.
Se houvesse no mercado um qualquer kit que permitisse a ingestão por via venosa, provavelmente não voltaria a pegar numa chávena.
Outro gosto que comecei a desenvolver nos últimos tempos, foi o de conhecer pessoas.
Trocam-se impressões aqui e ali, e pimba, a curiosidade começa a fazer cu-cu.
Nessas situações, a matemática é aparentemente simples.
Junta-se 1+1.
O complicado da equação, é do outro lado haver vontade recíproca.
Para lá do gosto pelo café.
Nas raras vezes que isso aconteceu, nunca me arrependi.
Já tive cafés a durarem 4 horas.
É uma excelente maneira de tornar o rabo numa superfície plana.
Garanto.

Esta semana, o 1+1 outra vez.
Como é habitual, 5 minutos bastaram para lhe fazer a fotografia.
O peculiar desta vez, foi, 1 café e 40 minutos depois, ter este resultado em cima da mesa:




Tenho para mim que está aqui uma qualquer variação do teste de Rorschach.
E é aqui que entra o pedido de ajuda.
Já estive uns minutos largos a olhar para isto e não há meio de chegar a nenhuma conclusão.
O que é que isto poderá quer dizer de mim, caramba?
Há desse lado alguma pista?


[Desculpem lá a falta de assiduidade na blogosfera.
Se não desculparem, estão à-vontade para me chamarem nomes.
Tudo menos Timóteo e Anacleto.
Tenho trauma.]




Adenda: O "crochet em papel", como lhe chama a Zaida, não foi feito por mim, pá.
Mas se tenho de explicar isso, a vocês que me conhecem, não precisam de dizer mais nada.
O que ali está não pode ser nada que abone a meu favor.
Caraças.


[Foi bom ficar a saber a ideia que têm de mim.
Para vossa informação, ainda faltam uns bons anos antes de terem de me ajudar a perceber as coisas que faço.
Bom, talvez uns 5 ou 6.
Depois disso, será obviamente o degredo.]

«A situação que se segue aconteceu num voo da British Airways, entre Joanesburgo (África do Sul) e Londres.

Uma mulher (branca), de aproximadamente 50 anos, chegou ao seu lugar em classe económica. E viu que estava ao lado de um passageiro negro.
Visivelmente perturbada, chamou a comissária de bordo.

-'Algum problema, minha senhora? ' - Perguntou a comissária.
-'Não vê? ' - Respondeu a senhora
- 'Vocês colocaram-me ao lado de um negro. Não posso ficar aqui. Tem de me arranjar outro lugar. '
-'Por favor, acalme-se! ' - Disse a hospedeira
-'Infelizmente, todos os lugares estão ocupados. Porém, vou ver se ainda temos algum disponível'.

A comissária afasta-se e volta alguns minutos depois.

'- Senhora, como eu disse, não há nenhum outro lugar livre em classe económica. Falei com o comandante e ele confirmou que não temos mais nenhum lugar nem mesmo em classe económica. Temos apenas um lugar em primeira classe'.

E antes que a mulher fizesse algum comentário, a comissária continua:

'- Veja, não é comum que a nossa companhia permita que um passageiro da classe económica se sente na primeira classe. Porém, tendo em vistas as circunstâncias, o comandante pensa que seria escandaloso obrigar um passageiro a viajar ao lado de uma pessoa desagradável'.

E, dirigindo-se ao senhor negro, a comissária prosseguiu:

'- Portanto, senhor, caso queira, por favor pegue na sua bagagem de mão, pois reservamos para si um lugar em primeira classe...

'Todos os passageiros que, estupefactos assistiam à cena, começaram a aplaudir, alguns de pé.»


Via A vida de uma gaija


[A ser verdade, eu seria um dos que se recusaria a sair do avião sem antes apertar a mão do comandante.]