Não é que tivesse grandes dúvidas. Mas agora tenho a certeza.
O meu calcanhar de Aquiles é na garganta.
[Sim, na garganta.]
É só alguém soprar-me ali para a maça de Adão que fico logo KO.
Isso e ir para a rua sem uma gola alta ou um belo de um cachecol.
O fantástico da coisa é que ao menos as consequências são quase imediatas.
[Até consigo ser mais rápido que aquela coisa da empresa na hora que o pessoal do Sócrates inventou.]
Em dois instantes, garganta inflamada e cabeça a rebentar. Coisa para meninos, claro.
É preciso a temperatura chegar perto dos 39º para me achar digno da taxa moderadora.
Assim de repente, sou capaz de me lembrar de 7654875634653 coisas para fazer em 4 horas.
Estar sentado numa sala de espera de uma suposta urgência não é uma delas.
A esta altura do campeonato, saber que a política do Governo para a Saúde está doente, é cultura geral.
E o povo sabe-o bem. Porque sente-o na pele.
Velhotes a irem de madrugada marcar consultas, roça a indecência.
Mulheres grávidas irem a Espanha dar à luz, ultrapassa a indignação.
Urgências hospitalares a serem encerradas, é um verdadeiro desafio a qualquer sentido de lógica.
Listas de espera que atingem as centenas de milhares, nos hospitais públicos seria anedótico se não fosse dramático.
Por tudo isso - e não só - sou forçado a perceber que quem ali espera [e desespera] comigo, ocupe o tempo a imaginar formas de torturar o Correia de Campos.
Por mim, bastava o Sócrates abrir-lhe a porta.
Mas não. Vá-se lá saber porquê, ele não o deixa cair.
Nem o Pinho. Nem o Lino. Nem nenhum dos outros.
Fosse o Vilarinho assim, e aposto que a sala de troféus do Glorioso estava uns 3 Campeonatos e 2 Champions mais composta.
[Ah, special one...!]
E sim, essa ainda está aqui entalada, bem perto da maça do outro.
[Quando tiver tempo arranjo uma imagem bem catita para este post. ;)]