Dia - 19 de Fevereiro de 2009
Local - DCIAP - Departamento Central de Investigação e Acção Penal
Contexto - O empresário Charles Smith é interrogado na sequência da investigação de um processo de corrupção que envolve o nome do Primeiro-ministro do país.
Ora, meus amigos, perante este cenário, o que é que os principais Meios de Comunicação do país resolvem fazer?
Contra todas as expectativas, mandam os jornalistas para o local fazer o seu trabalho.
Os jornalistas, esses g'andas malucos, vão.
Mas mal, no entender da Cândida.
Mal porque não podem estar ali à frente da porta nº60 da R. Braamcamp.
Convém esclarecer que a Cândida não é uma vizinha mal-disposta.
É a Procuradora-geral adjunta e também a directora do DCIAP.
Estranha-se por isso que não saiba que o passeio é via pública.
Alguém esqueceu-se de lhe dizer.
Vai daí chega uma carrinha com elementos da força de intervenção.
Força de intervenção, meus amigos.
Parece-me adequado.
Há ali pessoal com gravadores, microfones em riste, câmaras de filmar e máquinas fotográficas.
Algumas equipadas com flash.
Imagine-se que algum dos gajos resolve fazer um disparo?
É uma decisão plenamente justificada.
Tal como se justifica dar escolta ao Charles Smith com carros policiais.
É que ele saiu com estatuto de arguido.
Caísse nas garras dos jornalistas e ninguém imagina o que poderia acontecer.
Vai que ele era bombardeado com perguntas?
Aquilo é pessoal que anda armado com carteiras profissionais de jornalista.
Todo o cuidado é pouco com esses gajos perigosíssimos.
P.S.: O primeiro carro que arrancou a grande velocidade ia-me atropelando o pé.
-Sra. Procuradora, eu não tive intenção de rasteirar o Audi. Juro.
P.S.2: Vamos ver como será quando o Sócrates for ouvido.