Custa-me mas tenho de admitir.
Não é fácil, isto de viver.
Não me refiro a uma ou outra biqueirada que se apanha no caminho. Nunca fui adepto da monotonia e uma nódoa negra aqui e ali até ajuda a manter a pestana aberta.
Falo é do destino esticar a perna quando vamos a passar e atirar-nos para o tapete.
Sem apelo e, decididamente, sem agravo.
Ficar de 4 em menos de 2 tempos.
Não é fácil. Ou para melhor traduzir a realidade, é difícil.
A primeira reacção é de incredulidade.
Depois, a espaços, a consciência do pesadelo.
Acho que a ordem natural das coisas deveria levar-me da indignação à revolta, com uma ou várias paragens na baba-e-ranho.
Saltei essa parte.
Mentiria se dissesse que a racionalidade esteve sempre ao virar da esquina mas o importante é que ela chegou.
E arrastada, a certeza de que pensar fora da caixa é, agora mais do que nunca, fundamental.
Quando se está no tapete, só há 2 hipóteses: ou arranjamos força e levantamo-nos ou arranjamos força e levantamo-nos.
Fazer das tripas coração, se preciso for.
Chamar pela toalha não é nem nunca poderá ser opção.
Nunca.
Não importa o nome da adversidade, a fórmula parece-me ser esta.
Não é saber de experiência feito. É simplesmente instinto.
Costumo segui-lo e não me tenho dado mal.
Não será fácil, bem sei.
Até porque 2009 parece disposto a cumprir tudo o que prometeu. E mais qualquer coisa.
Mas eu cá estou determinado a contrariá-lo.
Seja como borboleta, seja como abelha.
Pode soar o gongo para o próximo round.
Eu estou de pé.